sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

CASTELA-A-VELHA - Espanã

*Ayuntamiento de Santander*
Castela nasceu em 15 de Setembro do ano 800, no hoje desaparecido Mosteiro de São Emetério de Tranco de Mena, que se situa no Vale de Mena, a norte da actual província de Burgos. O nome de Castela aparece num documento notarial no qual o abade Vítulo doava uns terrenos. Nesse documento aparece escrito «Bardulia quae nunc vocatur Castella» (Bardulia que desde agora chamaremos Castela).
Também se terá em conta a antiquíssima documentação do bispado de Valpuesta, monteiro da Província de Burgos (804-1087), aonde nos seus velhos cartularios começam a se redigir palavras no nascente romance castelhano (futuro idioma castelhano ou espanhol).
A crença popular diz que o nome de Castela provêm da grande quantidade de castelos ou fortalezas que existiam nestas terras; no entanto, o nome pode ter uma outra qualquer origem.
Anos mais tarde consolidar-se-ia como entidade política autónoma, ainda que permanecendo como condado vassalo do Reino de Leão.
Esta terra estava habitada maioritariamente por habitantes de origem cántabrica e basca com um dialecto próprio, o castelhano, e umas leis diferenciadas, baseadas no livre arbítrio, e administradas, segundo a tradição, por juízes populares, em contraste com o Fuero Juzgo romano-visigótico, vigente no reino leonés.
No ano 932 o Condado de Castela tornou-se independente de facto de Leão, com o conde Fernán González, sendo o primeiro rei de Castela Don Fernando I. No ano 1037 morreu Bermudo III, rei de Leão, na Batalha de Tamarón, enquanto lutava contra o seu cunhado, Fernando I. Ao morrer sem descendência, em 1037, Vermudo III , seu cunhado, considerou ser ele o sucessor contra o seu irmão, Don Garcia Sánchez III de Nájera, Rei de Navarra, na Batalha de Atapuerca, morrendo também o monarca navarro e anexando, entre outras, a comarca dos montes de Oca, perto da cidade de Burgos.
Por ocasião da morte de Fernando I, ocorrida em 1065, os reinos foram repartidos entre os seus filhos, sendo para Don Sancho II o de Castela e para Dom Afonso VI o de Leão.
Don Sancho II foi assassinado em 1072 e o seu irmão ascendeu ao trono de Castela (séculos depois os românticos inventaram o famoso juramento que tomou El Cid - o Campeador - a Don Afonso VI, em Santa Gádea de Burgos, baseado na inocência ou não do Monarca Leonês a respeito do assassinato do seu irmão). Ambos os reinos foram governados então pela mesma pessoa, durante várias gerações.
Após a sua morte, sucedeu-lhe no trono sua filha, Dona Urraca, que veio a casar-se, em segundas nupcias, com El-Rei Afonso I de Aragão, mas ao não conseguir governar ambos os reinos, e devido aos grandes confrontos entre classes dos diferentes reinos, Don Afonso I repudiou Dona Urraca em 1114, o que veio agudizar os confrontos.
Apesar de o papa Pascual II haver anteriormente anulado o casamento, eles continuaram juntos até essa data. Dona Urraca também teve de enfrentar o filho, Rei da Galiza, para fazer valer os seus direitos sobre esse reino. Ao morrer, Dona Urraca foi substituída por este mesmo filho, que lhe sucede como Afonso VII e era fruto do seu primeiro casamento.
Don Afonso VII conseguiu anexar as terras dos reinos de Navarra e de Aragão (devido à debilidade destes reinos, causadas pela sua sucessão quando da morte de Don Afonso I de Aragão). Renunciou então ao seu direito de conquista da costa mediterrânica a favor da nova união de Aragão com o Condado de Barcelona (Petronila e Ramón Berenguer IV).
No seu testamento voltou-se à tradição real de haver diferentes monarcas para cada reino. Don Fernando II será rei de Leão, e Don Sancho III o rei de Castela
Em 1217, Don Fernando III - o Santo, recebeu de sua mãe Berenguela o Reino de Castela e de seu pai, Don Afonso IX, no ano de 1230, o de Leão. Assim mesmo, aproveitou o declive do Império Almóada para conquistar o vale do Guadalquivir, enquanto seu filho Alfonso tomava o Reino de Múrcia.
As Cortes de Leão e Castela fundiram-se, momento em que se considera haver surgido a Coroa de Castela, formada pelos reinos de Castela, Leão, Toledo e o resto de reinos taifas e senhorios conquistados aos árabes. Por exemplo, nos reinos de Galiza, Leão e Toledo aplicava-se um direito de raiz romano-visigótica, diferente da legislação que era baseada principalmente nos costumes que existiam no Reino de Castela.

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