sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

SALAMANCA - terra de saberes...

Salamanca é uma província da histórica Região de Leão, na Espanha e situa-se a nordeste de Portugal. Também é influenciada pela bacia do rio Douro, que em Espanha é também chamado de Douro... mas a sua denominação em idioma local antigo era DOIRI.
Esta Região chegou a sofrer influência romanas, árabes e diversas outras mais sutilmente. A cidade de Salamanca ostenta o título de "LA DORADA" e foi admitida pela UNESCO como PATRIMÓNIO HISTÓRICO DA HUMANIDADE.
É uma terra de clima ameno e topografia variada, sendo a cidade situada num local mais plano mas com montanhas, a norte e a sul.
Nela podemos admirar a penúltima catedral gótica a ser construida na Espanha. Como seus maiores tesouros, temos a Universidade de Salamanca - a segunda universidade mais antiga da Europa, fundada no ano 1218 por Alfonso IX de Leão -, as Catedrais Nova e Velha, a Plaza Mayor, a Ponte Romana e tantos outros que mais parece não terem fim.
O seu título deve-se ao facto de o arenito, que era utilizado nas antigas construções, se apresentar com uma coloração dourada, levemente clara, o que, quando estas construções eram expostas à luz, vinha confirmar o quanto o título fazia juz à sua beleza.
Nas terras salamantinas são produzidas uvas, vinho, azeite e alguma pecuária de ovinos e caprinos. Não há ali temperaturas extremas de calor ou frio e tem pouca afluência de chuvas, pois a pluviosidade média é de menos de 400mm ao ano. Mas nas suas montanhas, em contrapartida, pode-se verificar uma maior abundância pluvial, chegando mesmo a atingir os 1000 mm em determinadas regiões.
A maior riqueza que podemos encontrar em Salamanca será a sua história secular, onde se verificaram acontecimentos inusitados, como o facto de Cristóvão Colombo ter chegado a passar pela cidade, ou porque nela funcionou a inquisição... ou porque judeus, portugueses, árabes e muitos outros participaram na sua história, como também, devido à sua localização geográfica, foi em dados momentos e ocasiões uma região com enorme influência de correntes celtas . Talvez daí advenha o nome "Salamanca", que designa o local onde se reunem as bruxas.
Hoje é um lindo local, onde se podem encontrar turistas, sonhos, belezas e muitas histórias.
Dentro desta cidade, com cerca de 300.000 habitantes, situa-se um dos maiores e mais maravilhosos polos de cultura da humanidade.
Foi a primeira cidade fora de Portugal que tive o prazer de mostrar à minha querida esposa... só tendo pena de não ser o guia capaz de lhe mostrar quão importante é aquela região da Estremadura espanhola, que é apenas e tão só uma aglutinadora do saber e da vida plenamente vivida, como podemos constatar ao visitar a Plaza Mayor, o cartão de vizita desta pérola que dá pelo nome de Salamanca.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

PARAÍSO DAS TÚLIPAS

A presença antiga do homem nesta região é atestada quer pelos seus inúmeros monumentos megalíticos (dolmens) ou túmulos vindos da Idade do Bronze existentes, quer pelos riquíssimos campos de urnas funerárias, datadas da Idade do Ferro.
Na época da ocupação pelas Legiões Romanas , que se manteve até ao Século IV, a região dos Países Baixos era povoada por tribos célticas e germânicas.
Os Saxões estabeleceram-se a leste dos futuros Países Baixos e os Francos ocuparam os territórios meridionais.
A cristianização só se torna completa no final do Século VIII, com a submissão destes povos a Carlos Magno. A administração carolíngia veio permitir o desenvolvimento da atividade económica, enquanto nascia uma indústria têxtil.
No reinado de Carlos V, Sacro Imperador Romano e Rei da Espanha , a região era uma parte das Dezassete Províncias dos Países Baixos, abrangendo a maior parte do território que hoje é a Bélgica. À proclamação da independência ( União de Utrecht - 1579) - abjuração da soberania espanhola, 1581, no reinado de Filipa II -, seguiu-se a Guerra da Independência. A assinatura, no reinado de Filipe IV, do Tratado de Münster, pôs fim à Guerra dos Oitenta Anos. O império espanhol reconheceu a República Holandesa dos Países Baixos Unidos, governados pela casa de Orange-Nassau e os Estados Generais, que anteriormente foram uma província do império espanhol. Os Países Baixos tornaram-se, assim, na primeira nação européia a assumir uma forma de governo republicana.
Ainda que o novo Estado exercesse autonomia apenas sobre as províncias do norte, a República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos desenvolveu-se e tornou-se uma das mais importantes potências navais e econômicas do Século XVII. Neste período, conhecido como o Século de Ouro, os Países Baixos estenderam as suas redes comerciais por todo o planeta, estabelecendo colónias em lugares tão distantes quanto Java ou o nordeste brasileiro (Brasil neerlandês).
Eclipsada pela ascensão britânica durante o Século XVIII, a região foi mais tarde incorporada ao império francês sob poder de Napoleão Bonaparte. Após o Congresso de Viena, em 1815, foi criado o Reino Unido dos Paises Baixos, incluindo os actuais Bélgica e Luxemburgo. A Bélgica conseguiu a sua independência em 1830; o Luxemburgo, que seguia regras sucessórias distintas, seguiu o seu próprio caminho após a morte do rei Guilherme III. Já no Século XIX, os Países Baixos industrializaram-se, ainda que mais lentamente do que os países vizinhos.
Permaneceu neutro e teve sua neutralidade respeitada na Primeira Guerra Mundial, mas durante a Segunda Guerra Mundial o país foi ocupado pela Alemanha Nazi, decorria o mês de Maio de 1940, vindo a ser libertado sómente em 1945.
No pós-guerra, a economia reergueu-se, e o país ingressou em organizações internacionais como o Benelux, a Comunidade Económica Europeia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte.
Sediando, em Maastricht, a assinatura do Tratado da União Europeia, o país tornou-se um de seus membros fundadores, tendo aderido ao Euro (€) em 1999, com a moeda em circulação a partir de 2002.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

ANGOLA... UMA SAUDADE!

Nos tempos em que Angola era uma parte de Portugal, tive o ensejo de viver alguns tempos em Luanda, onde frequentei o Liceu Salvador Correia, fui às matinés no Miramar ou no Tropical, ao "Chá das Seis" no Restauração, comi "Du Cheses" na Paris ou comi camarão na Versalhes.
Quando chegava o fim-de-semana, como era da praxe, dava o meu passeio até às Ilha, onde me banhava nas cálidas águas do Mussulo, quando não o fazia na Praia do Bispo.
Nos Domingos fazia o passeio pela Maianga, pela Mutamba, subia aos "Combatentes", pois gostava de meter o nariz no Mercado dos Lusíadas, em Quinaxixe, para apreciar o marisco "ainda vivinho da costa", que se vendia a "duas quinhenta" ou "Angolar e cinquenta", na hora da quintandeira estar de partida para o Muceque, que tanto podia ser o Prenda como o Vila Alice, o Operário ou o da Cuca.
Na Portugália, o bom do velho João, o empregado de mesa, tratava de trazer o pires da ginguba ou do camarão, o carapauzinho frito ou a dobradinha com feijão branco... e a tarde ia passando entre petiscos e Coca-Cola ou sumos da Mission.
O cheiro a maresia vinha do lado da baía, onde um ventinho suave convidava a caminhar pelos passeios emoldurados por lindas palmeiras.
Na Cidade Alta já se ouvia o toque para arrear a Bandeira Portuguesa, no Palácio do Governador, no Quartel General ou no Comando da Região Aérea. Os transeuntes, em sinal de respeito, tratavam de se descobrir e perfilar, porque a ordem era essa e era para ser cumprida.
Nos candeeiros começava a brilhar a luz, que iria iluminar os caminhos de regresso a casa...
Eram outros tempos, aqueles que se viviam em Luanda, em plena paz e quietude que parecia contrariar a tensão em que estava Angola, naqueles tempos da guerra.
Quanta saudade de um tempo que foi passado... sabendo-se que este não volta!
- das "Recordações da Antonieta" -

sábado, 17 de janeiro de 2009

VADUZ... maquete ou cidade ?

Castelo de Vaduz
Na ânsia de conhecer o mundo, fui dar uma voltinha cibernética e pude conhecer o Fürstentum Liechtenstein, que será um dos mais pequenos estados independentes do mundo. Tem uma área de "quase" 160 km2, sendo menor que alguns concelhos portugueses. Está encravado em pleno coração da Europa e encontra-se rodeado pelos Alpes, sendo uma região bastante tranqüila, bucólica, que se poderá considerar como um " protectorado" da Suíça, da qual até depende monetáriamente, pois a moeda suiça é a que corre no Principado, que sobrevive económicamente graças ao seu estatuto de paraíso bancário, do turismo, das emissões filatélicas e de algumas importantes indústrias, especialmente ópticas.
Quem pretenda conhecer o Liechtenstein nem precisará de muito tempo para ver tudo.
A visita que hoje faço é apenas à capital do Principado, Vaduz.
Talvez se torne difícil de entender como poderão ainda existir "países" como este Principado do Liechtenstein, que é um minúsculo território monárquico, semi-autónomo, e está totalmente dependente dos seus vizinhos Suíça, Austria e Itália para quase tudo .
Pode-se dizer que está situado mesmo no centro da Europa.
O Principado do Liechtenstein não tem eleições, sendo o poder transmitido sempre de pai para filho.
É à Dieta, composta por duas Câmaras, que é cometido o governo do Principado.
Aproximadamente a quinta parte do território é povoada de florestas, dedicando-se o resto à agricultura, principalmente o trigo, o tomate, as batatas, as macieiras, as pereiras e as uvas, que produzem o excelente vinho "Vaduzer Turkel".
Apesar de diminuto, este pequeno principado encontra-se dividido em 11 regiões administrativas, a saber: Balzers, Eschen, Gamprin, Mauren Planken, Ruggell, Schaan, Schellenberg, Triesen, Triesenberg e Vaduz, sendo nesta última região que encontramos a sua capital, Vaduz, com cerca de 31 mil habitantes.
Pode-se dizer que Vaduz é, na prática, pouco mais que uma das nossas vilas, e as duas ruas Städtle e Äulestrasse, são as artérias principais e concentram a maior parte da cidade.

Os locais mais interessantes, que valem bem ser visitados, são o Museu das Artes Staatliche Kunstsammlung e o Museu do Selo, onde há milhares de selos, desde 1912.
No entanto, aconselha-se uma visita à Casa Vermelha de Vaduz (Roth House), ao Castelo, à Catedral, à Câmara...
Os maiores encantos do Principado vêem-se durante o inverno, quando as montanhas em volta se transformam num imenso tapete branco, convidando à prática do sky.

A língua oficial do Liechtenstein é o Alemão, mas qualquer natural fala, fluentemente, o Italiano, o Francês ou o Inglês. Há também uma boa comunidade de língua portuguesa e fala-se igualmente um dialeto local, que é muito utilizado pelos habitantes locais.
Pode-se dizer que não existirá uma culinária típica do Liechtenstein, pois os pratos aqui servidos são bastante influenciados pela culinária dos países vizinhos. São populares os pratos com batatas assadas, as deliciosas linguiças ou as tradicionais salsichas de vários tipos, além também haver bons queijos de bastante qualidade, todos bastante deliciosos. Normalmente, as refeições são sempre acompanhadas com os bons e afamados vinhos locais.
O Chocolate aqui produzido é igualmente muito bom, e pode ser encontrado em grande quantidade no Principado.
Para quem gosta de casas de bonecas... este é um País de brincar... para encantar.