sábado, 22 de dezembro de 2012

POETAS IMORTAIS

Não há espera que não aconteça quando, cansados pelo caminhar, nos sentamos à beira do caminho, para pensar e sonhar viagens que nunca fizemos, caminhos que nunca andámos, terras que nunca conhecemos... num mundo que sempre amámos!
Agora, porque é tempo de Natal, de voltar a ser alegre, de recordar outros Natais... o meu... o teu... o do amigo distante que esperamos voltar a abraçar, recordamos que este é o Natal de Jesus, o tal Menino que veio trazer Amor e Esperança, mas também o desassossego das nossas consciências, que teimam em Lhe dar ouvidos e obedecer ao convite sábio de Sua Mãe, Maria Santíssima: 'FAZEI TUDO O QUE ELE VOS DISSER!'
A espera que nos fez caminhar em busca das belezas do mundo, será agora mais justificada porque percebemos que Deus nos dá o Mundo para que o desfrutemos... e as nossas viagens podem continuar a ser feitas pelo mar, pela terra, pelo ar, pelo pensamento, pela leitura, pela televisão... mas a viagem mais apetecida fica sempre para trás, pois é feita pelo coração!
 
Nos Bosques, Perdido
Nos bosques, perdido, cortei um ramo escuro
E aos lábios, sedento, levante seu sussurro:
era talvez a voz da chuva chorando,
um sino quebrado ou um coração partido.
Algo que de tão longe me parecia
oculto gravemente, coberto pela terra,
um gruto ensurdecido por imensos outonos,
pela entreaberta e úmida treva das folhas.
Porém ali, despertando dos sonhos do bosque,
o ramo de avelã cantou sob minha boca
E seu odor errante subiu para o meu entendimento
como se, repentinamente, estivessem me procurando as raízes
que abandonei, a terra perdida com minha infância,
e parei ferido pelo aroma errante.
Não o quero, amada.
Para que nada nos prenda
para que não nos una nada.
Nem a palavra que perfumou tua boca
nem o que não disseram as palavras.
Nem a festa de amor que não tivemos
nem teus soluços junto à janela...


Pablo Neruda

domingo, 21 de outubro de 2012

A CIDADE DOS TEMPLÁRIOS

Tomar  (antiga grafia: Thomar) é uma cidade portuguesa com cerca de 15 764 habitantes, pertencente ao Distrito de Santarém, na região Centro e sub-região do Médio Tejo. Pertencia ainda à antiga Província  do Ribatejo, hoje porém sem qualquer significado político-administrativo. A histórica cidade de Tomar possui diversos monumentos como por exemplo Castelo de Tomar e Convento de Cristo, declarado pela UNESCO Património Mundial. Há outras cidades relativamente perto de Tomar: Abrantes, Torres Novas, Entroncamento, Ourém, Fátima (todas geograficamente localizadas no Médio Tejo).
Baixa de Tomar - Rio Nabão
A cidade é sede de um município com 351,2 km² de área e 40 674 habitantes (2011), subdividido em 16 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Ferreira do Zêzere,  a leste por Abrantes,  a sul por Vila Nova da Barquinha,  a oeste por Torres Novas e a noroeste por Ourém .
A cidade é atravessada pelo Rio Nabão, que é afluente do Rio Zêzere, estando incluída na bacia hidrográfica do Tejo, o maior rio da Península Ibérica.
Situa-se na parte norte da região mais fértil de Portugal e uma das mais férteis da Península Ibérica, a Lezíria ribatejana

Cortejo dos Tabuleiros na Corredoura
 A Festa dos Tabuleiros é a celebração mais importante da cidade de Tomar e é também conhecida como a Festa do Espírito Santo, realizando-se de 4 em 4 anos, nos meses de Junho ou Julho.
Roda do Mouchão
Estes festejos, que fizeram a fama de Tomar, remontam às festas do imperador, instituídas por D. Dinis e pela Rainha Santa Isabel, no quadro do culto do Espírito Santo. Têm também a ver com práticas ancestrais de entrega das primícias das colheitas a Deusa Ceres e de celebração da fertilidade da terra. E há ainda uma componente mais recente, também presente nas Festas dos Açores, com o seu quê de inspiração franciscana, de celebração igualitária da fraternidade e da partilha dos frutos da terra: o bodo e a ceia comum. Segundo alguns autores a sua origem encontra-se nas festas de colheitas à deusa Ceres.
Tomar era sede Templária, e a ordem do Templo foi sempre acusada pela Inquisição de desvios doutrinários, senão de heresia, até que foi extinta pelo Papa Clemente V em 1307.
Os símbolos do Espírito Santo estão bem presentes no alto tabuleiro que as raparigas transportam no cortejo: no topo a pomba e a coroa e de alto a baixo os pães enfiados em cana (aos quais se atribuíam virtudes milagrosas), flores de papel (tradicionalmente, papoilas) e, ainda, espigas.
No século passado encontram-se referências às festas do Espírito Santo, e até 1895 fazia-se o cortejo anual à Sexta-feira, por alturas do dia 20 de Junho. Depois de 1914, passou a fazer-se ao Domingo.
A antiga tradição do sacrifício dos bois, cuja carne seria depois distribuída por todos (como acontecia no penedo, após a tourada à corda), manteve-se até 1895. A partir de 1966, os bois do Espírito Santo voltaram ao cortejo, mas agora só com funções simbólicas.
A última Festa dos Tabuleiros realizou-se em 2011.

Brasão da Cidade
Círio de Nª Senhora da Piedade
O Círio de Nª Senhora da Piedade é uma festa que tem lugar nas ruas de Tomar no 1º domingo de Setembro. Um cortejo de oferendas realizado em carros típicos enfeitados com flores de papel percorre a cidade.
Feira de Santa Iria
É feito em honra da padroeira de Tomar (Santa Iria), e decorre normalmente entre a sexta-feira anterior ao dia 20 de Outubro, até ao domingo a seguir a esta mesma data, que é o ponto alto das comemorações, quando se efectua a procissão. A feira realiza-se na praça da República e nos arredores (perto da estação de caminhos-de-ferro e central de camionagem). Tem divertimentos, vendedores, exposição de automóveis, motos e tractores agrícolas, e conta ainda com a presença de tasquinhas onde se dá a conhecer alguns dos sabores da região.
Mata nacional dos sete montes  
 


O convento de Cristo

 Recinto conventual, que foi pertença, inicialmente da ordem do Cristo , é um dos principais  monumentos da arquitectura nacional, onde todas as etapas estéticas, desde o século XII ao XVIII, se encontram ampla e profundamente documentadas. Em 1984 foi considerado património mundial pela UNESCO. Constituído por sete claustros e outros edifícios, contém no seu interior notáveis obras de arquitectura. Provavelmente o Claustro de D João III, o Claustro principal do Convento de Cristo, é a mais monumental e bela obra do Renascimento, . Os restantes são o Claustro das Lavagens e o Claustro de D. Henrique, que remontam à primeira metade do século XV. O Claustro de St.ª Bárbara é quase esmagado pela monumentalidade da Janela de Capítulo que se debruça sobre o mesmo. Por todos estes motivos e pelo fabuloso passeio que proporciona uma visita a este enorme Convento, desfrutando de maravilhosas vistas sobre a cidade, é imprescindível passar demoradamente por este monumento e conhecer a sua história e os seus mistérios.
 A janela da casa do Capítulo é um dos pontos culminantes da arte Manuelina em Portugal. Foi aqui que se reuniram as cortes gerai
O Museu dos Fósforos representa a maior colecção filuminística da Europa, colecção essa iniciada em 1953 pelas mãos de Aquiles de Mota Lima , reconhecido cidadão Tomarense, que se destacou em actividades culturais de grande mérito.s convocadas por Filipe I de Portugal . Obra de Arruda que foi iniciada em 1510 . Esta dependência constituía, na época, a sacristia da igreja. 
Fatia de Tomar

 A doçaria tomarense representada a nível das lojas, explora variantes dos doces de ovos e amêndoa com mais ou menos açúcar. Passe por uma das pastelarias mais conceituadas de Tomar e não deixe de experimentar estes doces de sonho! Não se pode deixar de fazer uma referência especial ao doce mais conhecido de Tomar: as Fatias de Tomar. MUITO BOM O PINGADO.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

SINTRA - TERRA DOS SONHOS...

Sintra é uma Vila portuguesa no Distrito de Lisboa , na região de Lisboa, sub-região da Grande Lisboa e na Área Metropolitana de Lisboa.
É sede um  município
 com 317 km² de área e 377 837 habitantes (2011), subdividido em 20 freguesias . O município é limitado a norte pelo município de Mafra, a leste por  Loures e  Odivelas , a sueste pela Amadora , a sul por Oeiras  e Cascais e a oeste pelo Oceano Atlântico.
A Vila de Sintra inclui o sítio PAISAIGEM CULTURAL DE SINTRA, PATRIMÓNIO MUNDIAL DA UNESCO  e tem recusado ser elevada a categoria de cidade, apesar de ser sede do segundo mais populoso município em Portugal, segundo a Câmara Municipal de Sintra.
Podemos encontrar em Sintra testemunhos de praticamente todas as épocas da história portuguesa e, não raro, com uma dimensão que chegou a ultrapassar, pela sua importância, os limites deste território.
Na candidatura de Sintra a Património Mundial/Paisagem Cultural junto da UNESCO, tratou-se de classificar toda uma área que se assumiu como um contexto cultural e ambiental de características específicas: uma unidade cultural que tem permanecido intacta numa plêiade de palácios e parques; de casas senhoriais e respectivos hortos e bosques; de palacetes e chalets inseridos no meio de uma exuberante vegetação; de extensos troços amuralhados que coroam os mais altos cumes da Serra.
Também de uma plêiade de conventos de meditação entre penhascos, bosques e fontes: de igrejas, capelas e ermidas, pólos seculares de fé e de arte; enfim, uma unidade cultural intacta numa plêiade de vestígios arqueológicos que apontam para ocupações várias vezes milenárias.
Seu ponto mais alto possui 528 metros de altitude.

No âmbito contextual de natureza, arquitectura e ocupação humana, Sintra evidencia uma unidade única, resultado de diferentes motivos conjugados, entre os quais o peculiar clima proporcionado pelo maciço orográfico que constitui a Serra de Sintra  e a fertilidade das terras depositadas nas várzeas circundantes.
 A relativa proximidade do estuário do Tejo, e - a partir de dada época - a vizinhança de  Lisboa, cidade cosmopolita e empório de variadas trocas comerciais, fizeram com que desde cedo a região de Sintra fosse alvo de intensa ocupação humana.
Na costa marítima da freguesia de Colares, no concelho de Sintra, localiza-se o Cabo da Roca.
 Situado 140 metros acima do nível do mar, com as coordenadas geográficas N 38º47', W 9º30', é o ponto mais ocidental do continente europeu. Ou, como escreveu Luis de Camões, é o local "onde a terra se acaba e o mar começa".
A importância da Vila de Sintra nos itinerários régios proporcionou, no final do século XV, por iniciativa da rainha D. Leonor, mulher de D. João II — a instituidora das Misericórdias portuguesas, o melhoramento da sua principal instituição de assistência e caridade, o Hospital e Gafaria do Espírito Santo, de que hoje resta a capela de São Lázaro. Nas chaves das suas abóbadas ogivais podem ver-se, ainda, as divisas de D. João II (o Pelicano) e de D. Leonor (o Camaroeiro).
Em 1545, o Hospital passou para a administração da Santa Casa da Misericórdia de Sintra fundada pela rainha D. Catarina de Áustria, mulher de D. João III.
Na transição do século XV para o século XVI, D. Manuel I  (1495-1521) transforma e enriquece a Vila, a Serra e o seu termo, com uma nova e vasta campanha de obras no Paço da Vila, ocorridas depois da viagem a Castela e Aragão para ser jurado herdeiro daqueles reinos em 1498, que reflectem a impressão que o mudejarismo espanhol deixou no monarca; da reconstrução da velha igreja gótica de São Martinho; da construção do Mosteiro de Nossa Senhora da Pena (1511), no pico mais alto da serra,entregue à Ordem de São Jerónimo.

No que diz respeito a gastronomia, a zona de Sintra é muito rica em petiscos de fazer crescer água na boca.
Em relação aos pratos de carne temos:
- Carne de porco às Mercês - Leitão dos Negrais - Vitela à Sintrense - Cabrito assado

No respeitante a pratos de peixe a região de Sintra possui uma grande diversidade de pratos tradicionais tais como:- Caldeirada de abrótea e caboz - Migas à pescador - Escalada de Lapas
- Mexilhões na chapa - Mexilhões de cebolada - Açorda de bacalhau.
Já pelos doces esta região é bastante conhecida, pois quem não conhece as famosas queijadas de Sintra, feitas pelas fábricas da (Piriquita, Sapa, Gregório e Preto) bem como os deliciosos travesseiros de Sintra.
Outros doces já não tão conhecidos são os pasteis da Cruz Alta, Pasteis da Pena, Parrameiros (Bolo Saloio vendido nas feiras tradicionais de Sintra), Nozes de Galamares, Bolos da Festa da Nossa Senhora da Graça (Almoçageme), Bolos da Festa de São Mamede (Janas) e as Pêras Pardas.