sábado, 21 de fevereiro de 2009

CARNAVAL DE VENEZA


O grande trunfo dos mascarados de Veneza está no seu completo anonimato. Em muitos casos, torna-se difícil dizer se é homem ou mulher. Quem sabe se, por detrás de uma máscara, que cruzamos na rua, não estará uma personalidade pública famosa, um conhecido actor de cinema ou um cantor de sucesso que, a cobro de um disfarçe bem conseguido, se diverte livremente num mar de gente, longe da perseguição dos "paparazzi".
Dois cafés de renome da Praça de San Marco - o Florian e o Quadri - são pontos de passagem obrigatória, para observar as mais ricas máscaras dos afortunados que podem viver o Carnaval com fausto e luxo, não hesitando em gastar centenas de contos para recriar as vestes de um nobre ou de uma dama do Séc.XVIII.
Uma das máscaras mais procuradas, é a tradicional "bauta" (máscara branca em forma de bico), completada por um chapéu de três pontas, um "tabarro" (casaco largo) e uma capa preta de seda cobrindo os ombros e o pescoço, que recria o nobre veneziano nas suas deslocações incógnitas aos casinos, reuniões secretas e moradas de amores ílicitos.
Convenhamos que Veneza fica verdadeiramente impossível nos dias de Carnaval. As zonas mais turísticas, entre a ponte de Rialto e a Praça de San Marco, são inundadas por um mar de gente , o que, por vezes, dificulta a circulação e leva a polícia municipal a interditar o trânsito pedonal nos dois sentidos em determinadas ruelas.

No entanto, é sempre possível fugir ao bulício e à confusão, procurando bairros da cidade menos movimentados, como o Dorsoduro, Cannaregio ou Santa Croce. E, porque não aproveitar a ocasião para visitar as outras ilhas, nomeadamente, Burano (famosa pelas suas rendas e as simpáticas casas coloridas), Murano (célebre pela sua tradição vidreira), o Lido (para um passeio à beira mar) e a San Giorgio Maggiore, com os seus jardins e um campanile de onde se disfruta de uma das melhores vistas panorâmicas sobre a cidade.
Não se recomenda este período do Carnaval para uma primeira visita a Veneza. Quem nunca foi a Veneza, não o deve fazer nos períodos festivos (Natal, Páscoa ou Carnaval) e deve evitar, também, o "pico" do Verão, nomeadamente, os meses de Julho e Agosto.

A Primavera (Abril/Maio) é a melhor época para visitar a cidade ou, em alternativa, o ínicio do Outono (Setembro/Outubro), havendo apenas o inconveniente de estar sujeito a alguma chuva.
Um passeio por Veneza é sempre um reencontro com a arte e a arquitectura de uma das mais belas e incomparáveis cidades do mundo. Edificada sobre 118 ilhas, ligadas por mais de quatro centenas de pontes, Veneza oferece ao visitante toda a riqueza das suas dezenas de igrejas, palácios de arquitectura renascentista e museus.

A Praça San Marco, com a basílica e o palácio ducal ou dos Doges, a torre dell'Orologio, a ponte dos Suspiros, o Campanile (com uma altura de 96 metros) e as colunas de S. Todaro e do leão de S. Marco, constituem os principais ex-libris da cidade, mas há muitos outros pontos de interesse: a basílica de Santa Maria della Salute (frente à praça S. Marcos, do outro lado do Grande Canal), a igreja dos Santi Giovanni e Paolo (a segunda maior de Veneza, logo a seguir à basílica de San Marco), a igreja de San Moisè, a igreja Il Redentore, a basílica S. Maria dei Frari, a ponte de Rialto (com as suas lojas) e os "campi" de Santa Maria Formosa, San Polo ou Santo Stefano, S. Bartolomeo, entre outros.
Dos muitos museus, destaque para as Gallerie dell'Accademia, a Scuola Grande di S. Rocco, a Collezione Guggenheim, a Scuola S. Giorgio degli Schiavoni o Palazzo Grassi (pintura e arte contemporânea), o Museo Storico Navale (no Arsenale) e o Museo Vetrario, em Murano.
Veneza é a cidade ideal para passear a pé, partir à descoberta dos recantos mais românticos e dos canais mais bucólicos. As principais direcções estão indicadas, mas é melhor orientar-se com um mapa, para descobrir os atalhos e as pontes de ligação. O cais do Zattere, ao longo do canal da Giudecca; a Strada Nuova, até à estação de comboios de S. Lucia; a Riva degli Schiavoni, até ao Arsenale; as ruas comerciais dei Fabbri, da Merceria, de Verona, da Frezzeria, delle Ostreghe e a Calle Larga XXII Marzo, com as suas lojas de luxo.

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