sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

"E tú, Belém Efratha..."


Belém de Judá ou Efratha situa-se a 777 metros acima do nivél do mar e 1267 metros acima do Mar Morto, sobre duas colinas do sistema montanhoso da Judeia, as suas vertentes altas e baixas estão cobertas de vinhas, figueiras, amêndoas, romas e oliveiras. A cidade bíblica de Belém, que em hebraico se diz "Beit Lechem", significando a "Casa do Pão", situa-se a cerca de cinco quilómetros a sul de Jerusalém - a leste da estrada de Jerusalém para Hebron - e vem mencionada pela primeira vez no Génesis 35:19, onde é feita a narrativa de que Raquel morreu de parto perto de Belém no caminho para Efrata, e que Jacob colocou um monumento sobre a sua sepultura. Na actualidade o local da "Tumba de Raquel", nas imediações de Belém, é um sítio considerado Lugar Santo judaico, local de peregrinação e oração.


A Tumba de Raquel

Mas Belém é bastante mais conhecida na tradição judaica por causa do Rei David, e na tradição cristã por ser o local do nascimento de Jesus.
Pesquisas arqueológicas indicam que durante o período do Primeiro Templo a cidade murada estava localizada na área da Basílica da Natividade, e que as cavernas sob a basílica podem ter sido usadas como extensões das residências particulares - depósitos, estábulos, etc.. Este uso de cavernas e cómodos escavados nas rochas era bastante comum em toda a região até muito recentemente. Uma destas cavernas foi transformada em santuário no século IV, considerada como sendo o local da Natividade.

Local onde nasceu Jesus

A Basílica da Natividade é a igreja mais antiga da Terra Santa, uma verdadeira jóia da história da arte. Em 326 sua construção foi ordenada por Santa Helena, mãe do imperador romano Constantino. O Imperador Giustiniano, em 540 mandou-a embelezar. Da primeira época, ainda subsistem alguns mosaicos. A atual Basílica da Natividade supõe-se ser a mais antiga igreja consagrada do mundo. Foi mandada construír pelo imperador bizantino Justiniano (527-565), no sítio de uma basílica erigida anteriormente pelo imperador Constantino em 325.
Esta construção justiniana foi salva por duas vezes da destruição. No ano 614, segundo relatos posteriores, os persas terão poupado a basílica por pensarem que as imagens de mosaico simbolizando os Três Reis Magos, existente na fachada da igreja, seriam uma representação de sacerdotes de Zoroastro. No ano de 1009 a basílica foi novamente salva quando os muçulmanos do local impediram sua destruição ordenada pelo califa fatímida Hakim.

Interior da Basílica da Natividade

Contudo, a sorte da cidade passou por altos e baixos. O peregrino anglo-saxônico Saewulf, que a visitou em 1109, relata que tudo tinha sido destruído, "exceto o mosteiro da Bendita Virgem Maria". Duzentos anos depois, o viajante inglês Sir John Maundeville encontrou "uma pequena cidade, longa e estreita, e bem murada".

Basílica da Natividade

Altar principal da Basílica da Natividade

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